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Gestão florestal apoiada por Sistemas de Informação Geográfica (SIG)

João Gaspar 1

1 RAIZ - Instituto de Investigação da Florestal e Papel, Quinta de S. Francisco, 3800-783 Aveiro, Portugal


  1. SIG, o que são?
  2. A importância da organização e harmonização de diferentes fontes de dados
  3. Qual o contributo dos SIG para a gestão florestal?
  1. SIG, o que são?

    Os Sistemas de Informação Geográfica (SIG) usam a ciência geoespacial e ferramentas baseadas na localização geográfica para compreender e extrair informação a partir de diferentes fontes de dados facilitando a sua interpretação. Segundo Matos[1] podem elencar-se cinco domínios principais de aplicação dos SIG:

    • Informação cadastral e infraestruturas (como cadastro predial, rede viária florestal e inventário florestal);
    • Planeamento e gestão de recursos naturais (como Plano Diretor Municipal e Plano de Gestão Florestal);
    • Modelação espacial e temporal (delimitação de zonas de habitat de uma espécie, monitorização de pragas e doenças, entre outros);
    • Visualização (como seja a produção de cartografia e aplicações web de mapas – Fig. 1);
    • Navegação (equipamentos de navegação para carros, smartphones/tablets, entre outros).
    Figura 1 - Visualizador webSIG da funcionalidade geocondicionantes da plataforma e-globulus.

    Na sua organização base, os SIG incluem elementos chave que podem ser divididos em cinco subsistemas (Fig.2)[2]: 

    • Dados - matéria-prima necessária para o trabalho em SIG;
    • Métodos - conjunto de formulações e metodologias a aplicar sobre os dados;
    • Software - aplicação informática open source ou licenciado que trabalha com os dados e implementa os métodos anteriores;
    • Hardware - equipamento necessário para permitir o funcionamento do software;
    • Pessoas - quem desenha, organiza os dados e utiliza o software, sendo o motor dos SIG.
    Figura 2 - Componentes SIG.
  2. A importância da organização e harmonização de diferentes fontes de dados

    Os SIG facilitam a integração da informação georreferenciada, o processamento, a análise, a partilha de diferentes fontes de dados geográficos e a interoperabilização de serviços de mapas (Figs. 3 e 4). Nos últimos anos, para facilitar a disponibilização e interligação da informação geográfica produzida é frequente as entidades e instituições recorrerem a Infraestruturas de Dados Espaciais (SDI- Spatial Data Infraestructures). Esta informação é, na maioria dos casos, open data permitindo aos utilizadores o livre acesso aos dados. A utilização de bases de dados organizadas, centralizadas e harmonizadas em SIG permite um acesso em tempo real à informação. Esta é uma mais-valia que, no caso da gestão florestal, permite auxiliar um conveniente planeamento e ajuste das atividades silvícolas às condições locais.

    Figura 3 - Plataforma de infraestruturas de dados espaciais do Observatório do Alto Tâmega.[3]

    Figura 4 - Plataforma de infraestruturas de dados espaciais do Sistema Nacional de Informação Geográfica (SNIG).[4]
  3. Qual o contributo dos SIG para a gestão florestal?

    Os SIG permitem integrar informação proveniente da deteção remota, de bases de dados e de tecnologias de geolocalização. São, por isso, um apoio fundamental na tomada de decisão na gestão florestal, facultando de uma forma organizada e georreferenciada dados de inventário florestal e de monitorização de recursos, por exemplo. Permitem, ainda, fazer análise, modelação e simulações. O planeamento e delineamento das unidades de gestão e respetivos talhões beneficiam do suporte dos SIG permitindo também integração dos normativos legais em vigor disponíveis na web (restrições legais e ambientais) facilitando, deste modo, a adoção de boas práticas de gestão de plantações florestais.

    Figura 5 - Exemplo de Visualização de informação geográfica no software SIG open source QGIS.

    Como foi referido anteriormente, os SIG permitem a integração de informação proveniente da deteção remota. Esta fonte de dados tem tido um papel cada vez mais relevante não só pelos seus mais recentes avanços tecnológicos como também pelas potencialidades de aplicação que são cada vez mais diversificadas. Se pretender saber mais sobre deteção remota consulte o nosso dossier temático sobre o tema.

    Sobre o autor:
    Investigador em Tecnologias de Informação da Direção de Investigação e Consultoria Florestal,
    RAIZ - Instituto de Investigação da Floresta e Papel
    Contacto: joao.filipe.gaspar@thenavigatorcompany.com

    Como citar:
    Gaspar, J. (2021) Gestão florestal apoiada por Sistemas de Informação Geográfica. Dossier e-globulus.
    RAIZ - Instituto de Investigação da Floresta e Papel. Disponível em: www.e-globulus.pt.

    Referências bibliográficas
    [1] J. Matos, Fundamentos de informação geográfica. Porto: Lidel, 2008.
    [2] V. Olaya, Sistemas de Información Geográfica. 2020. Set-2021. Disponível em: https://volaya.github.io/gis-book/en/index.html
    [3] Observatório do Alto Tâmega. Sep-2021. Disponível em: https://sig-altotamega.pt/
    [4] Sistema Nacional de Informação Geográfica Sep-2021. Disponível em: https://snig.dgterritorio.gov.pt/rndg/srv/por/catalog.search#/home

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